2 de outubro de 2010

Jacinto Guerra está morto?




Texto de minha autoria  que saiu no Jornal Fique Sabendo dessa semana. Algumas das leis que o(S) governo(S) passados recentes de BD não respeitaram. E em alguns casos servem de promessas eleitorais...


Jacinto Guerra está morto?

                Se você se assustou com o título dessa matéria logo esclareço que ele é inverídico e sensacionalista, mas representa mais um exemplo de desrespeito que nossa Câmara de Vereadores e Poder Executivo têm pelas leis municipais no decorrer da história recente de Bom Despacho.
                Sou mais um que por falta de oportunidades melhores no mercado bondespachense vem tentando passar nos concursos públicos que aparecem. Como sou péssimo em matemática, escolho aquele que valorizam o estudo de nossa Língua e nos casos específicos, do Direito. Foi numa dessas que me atraquei com a Lei Orgânica de Bom Despacho, como preparatório para o Concurso da Câmara.
                E meu queixo caiu. Meus olhos se abriram. E perdi o ar. Tudo porque fiquei a par do desconhecimento o do descumprimento que nossas autoridades infligem a um documento que seus iguais do passado redigiram.
                Chegamos ao X da questão. No apagar das luzes do documento, num tópico intitulado “Ato das Disposições Transitórias” o artigo 8º reza claramente: “Os logradouros e estabelecimentos públicos municipais não poderão ser denominados com nomes de pessoas vivas.”  Hãm? É, é isso mesmo. Homenagens em nossa cidade, só póstumas.
                Mas parece que nossos nobres edis não se preocuparam com o que diz a lei e “mataram” vários proeminentes personagens bondespachenses: Além do próprio Jacinto, que dá nome a nossa Biblioteca, envenenaram o ex-prefeito Célio Luquine, que dá nome a um estádio e enforcaram Pedro Lino da Costa, que também se transformou em campo de futebol. São os que eu lembro num primeiro momento.
                Outro ponto interessantíssimo!  O artigo 9º: “A Lei disporá sobre a adaptação dos logradouros, dos edifícios de uso público e dos veículos de transporte coletivo atualmente existentes, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência.” É louvável a luta do Betinho e sua Associação dos Deficientes quanto ao    cumprimento desse artigo. Mas será que algum deficiente conseguiria entrar na Prefeitura para uma entrevista direta com o Prefeito? Até hoje a sede do poder executivo não foi adaptada.
                E prá finalizar, um texto de 20 anos atrás (prá não ter desculpas de que não houve tempo para as realizações pertinentes). O artigo 10 é tragicômico: “O Poder Público Municipal, em cooperação com a Polícia Militar do estado de Minas Gerais, instituirá o Parque Municipal Coronel Edmundo Lery dos Santos, em área de preservação ecológica.” E lá se vão 20 anos que a promessa de várias campanhas políticas é lei. E não é cumprida. E com isso o Coronel Edmundo (se ainda respira) vai ganhando tempo de vida. Porque pela lei, quando o parque for inaugurado necessariamente ele deverá estar “comendo capim pela raiz”.

4 comentários:

  1. Muito bom o texto. Numa cidade ainda provinciana como a nossa, homenagens assim dão ibope. Como os "parabéns pelo dia das avós", "felicidades pelo dia das crianças", "felicitações pelo aniversário da cidade" de pessoas que, alguns meses depois, vêm pedir voto. Em vez de trabalhar por uma cidade melhor no dia-a-dia, vão pelo lado mais fácil: o de homenagens vis e puxassaquismos de que deveriam ter vergonha.

    As perguntas que ficam são: há esperança de que mude isso tudo? Se há, como ou o que fazer pra ajudar a mudar? Estamos no século XXI e nossa quase centenária BD parece ainda estar em 1912. Ou, quem sabe, em 1913...

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  2. na minha humilde opinião existe muita chateação e reclamação do que ação. nós é quem fazemos o nosso mundo no qual queremos viver. nossa cidade tem muito mais do que prefeitura, prefeitos, rádios, etc. tem uma cultura rica, um povo cheio de tradições, uma culinária típica (os doces, humm, os bolos, hummm, os biscoitos). será que sou poliana?

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  3. Pois é ítalo, onde está essa cultura? Um povo cheio de tradições sem compreensões seria um argumento mais pratico. A cidade pode até ter mais do que a prefeitura, mas acontece que para mover tradições é necessário um apoio, apoio que boa parte vem de prefeitura. Acontece que BD parou sim no tempo. Quando fazem algo pra cidade faz errado, tendo unipac já acham que tá bom d+,tendo concurso publico tá bom d+.Que isso tem o sesc, tá bom d+.100 anos e ainda a cidade não tem muito a oferecer para os jovens. Jovens esses que são poucos os que se preocupam com o seu bem estar, jovens esses que já passaram a casa dos 25 26 anos. E os da agora? A política cada dia que passa se tornam pior, todos querem entrar e não sair. Pensam em seu próprio bem. BD tem sim muita coisa legal, mas é como se fosse um circo cheio de trações mas sem palhaço.
    Uma única pessoa não é capaz de mudar as coisas, isso é fantasia coisa do passado. É necessário de união, força uma mesa redonda onde possa discutir o melhor para todos.
    Os tempos mudaram, os novos doutores da cidade estão crescendo com a formação capitalista da ganância do poder publico e só. Pouco se lixam para o bem da cidade, se tem dinheiro é muito fácil ir embora ou comprar um apartamento em BH ou estudar lá. Vire policial e trabalhe conforme seu comando esqueça as pequenas coisas e viva seu mundo de regras.
    Rádio e TV “muitos “ pedem isso para BD, mas para que? O que isso iria mudar na historia? Que apoio poderia dar? Faça a conta nos dedos de quantas já temos. BD está bom d+ para alguns, pq de sua vida rotineira e monótona já não se importa mais pelos acontecimentos públicos ou leigos.
    Bom despacho envelhece, com isso sua esperança morre aos poucos junto com aqueles que ajudaram a levantar sua bandeira.

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  4. Reforço a pergunta: o que fazer pra ajudar a mudar esse "estado de coisas"? É muito cômodo ficar só reclamando dos outros. É mais cômodo ainda não fazer absolutamente nada.

    O fato é que um potencial muito bom é simplesmente ignorado ou, pior, jogado no lixo. Por que as pessoas têm que sair daqui pra estudar e ter uma profissão digna? Enfim, todo o chororô que conhecemos...

    Penso que relegar tudo à política (na verdade, partidarismo) da cidade é pouco. O que está faltando é gente comum mesmo agir, em prol de uma cidade melhor e com menos homenagens pobres, tema do texto acima.

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